A particularidade do Galeto é, seja o que for que nos esteja a apetecer na altura, eles provavelmente têm. Com os seus balcões corridos em forma de U, os empregados servem com destreza e discrição o volumoso número constante de clientes. Mas vamos ao que interessa.
De combinados fabulosos, a tostas incomparáveis, das sopas quentinhas e únicas aos gelados a fazer lembrar centros de mesa, tudo se encontra no Galeto. A variedade é riquíssima e a única dificuldade é a da decisão! Se por um lado, apetece a tosta de tortilha de camarão com maionese, o bife hamburguês com esparregado também não se fica atrás.
Bem sei que a ASAE fechou aquilo durante uns tempos, mas pouco me importou. Continuei a ir lá para me deliciar com a sopa de tomate com ovo e com as brochettes de fígados de aves que caem sempre bem.
É descontraído, encontra-se todo o tipo de gente, é central e fecha às 3h00 da manhã, o que é excelente para aqueles apetites já tardios.
Localização: Muito Bom Serviço: Bom Instalações: Bom
Variedade: Excelente Relação Qualidade/Preço: Muito Bom Mais Informações: Galeto
Há um restaurante onde gosto muito de ir, quando vou ao Porto: o Casad'oro. Das mesmas proprietárias do Casanostra (restaurante italiano no Bairro Alto) e do Casanova (a pizzeria ao lado do Lux), mas em versão 2 em 1: no andar de baixo, o restaurante italiano, com uma decoração e ambiente mais sofisticados; no primeiro e segundo andar, a pizzeria, mais descontraída. Situa-se por baixo da Ponte da Arrábida, numa casa que se estende por cima do rio, com uma vista linda sobre a cidade do Porto, o rio, a outra margem e os barcos rabelo.
Quanto aos pratos servidos, são genuinamente italianos e de óptima qualidade. O meu preferido é a torta de espinafres e ricota. As pizzas são preparadas em forno de lenha e há sempre uma ou mais sugestões da época bastantes originais. Nos dias de bom tempo, recomendo o último andar, com mesas ao ar livre.
Localização: Excelente Serviço: Bom Instalações: Muito Bom Relação Qualidade/Preço: Médio Mais informações:site oficial
Há cerca de 15 anos, passando umas férias na deliciosa Zambujeira do Mar, ainda livre de festivais, foi-me apresentado, por um ilustre grupo de fantásticos conversadores, um restaurante fabuloso, de paladares para mim ainda desconhecidos, e que aprendi a gostar e a saborear de forma crescente e absolutamente alucinante!
Experiências explosivas no meu palato foram tendo lugar sucessivamente e em crescendo. Era demais para ser verdade e interrogava-me onde teriam andado aqueles sabores, durante toda a minha vida!
O Sacas é um restaurante pertencente a uma família de pescadores com algumas particularidades absolutamente sui generis a roçar um filme de Fellini. Mas estas apreciações, vou deixá-las ao vosso critério, quando puderem visitar este restaurante, em local absolutamente inóspito, misto de aromas marítimos e vertigem, no alto de uma das muitas falésias da zona.
Quando fui lá pela primeira vez, ainda havia apenas um telheiro e um casinhoto onde os proprietários preparavam os nossos pratos, autênticos rituais de passagem. A filha estava na caixa a fazer as contas e dava uma mãozinha nas mesas. O filho atendia as mesas. Os polvos secavam ao sol, presos nos estendais, numa visão quase pós-apocalíptica... Hoje em dia, a tasca é menos tasca, embora mantenha uma ou outra característica de outros tempos. Mas já há paredes, telhados, chão, elementos decorativos... enfim, um luxo!
A minha primeira experiência gastronómica foi uma feijoada de búzios que me fez agradecer o facto de estar viva e na Zambujeira. Fui por ali fora, ávida de novos sabores e do polvo ao cação, da raia ao mero sargo grelhado, tudo era subitamente uma imensa novidade. Mas inesquecível mesmo, foi a moreia. A moreia frita é uma experiência a não perder, principalmente por pessoas como eu, que nem sabia que se comia moreia!
Aconselho sobremaneira este restaurante, junto à Zambujeira. Preferencialmente vão lá, fora de época festivaleira, para poderem apreciar calma e convenientemente o cinzento daquele mar num dia frio de Inverno, enquanto se deliciam com sabores inesperados.
Localização: Muito Bom Serviço: Bom Instalações: Bom Relação Qualidade/Preço: Excelente Mais informações:Lifecooler - Sacas
Uma das minhas esplanadas preferidas é o Noobai Café, que fica na extremidade direita do miradouro de Santa Catarina (também conhecido como Adamastor). Mantendo a vista sobre os telhados de Lisboa e o rio Tejo da outra esplanada do miradouro, tem uma série de opções gastronómicas feitas e pensadas com algum cuidado e gosto. Sanduíches e saladas cheias de cor e sabor, competem com os sumos fresquíssimos e originais.
No entanto, esta esplanada tem um grave problema: o serviço. É dos mais lentos de Lisboa. Por isso, não recomendo a quem esteja com pressa ou com fome.
O ambiente e a decoração são muito descontraídos e é um local bastante agradável para passar umas horas à conversa e a ver o sol a despedir-se da cidade, enquanto bebemos um Kir Royal ou uma sangria. (Notem que falei em várias horas pois, mesmo para beber um simples sumo, não sairão de lá facilmente).
É também indicado para levar crianças, pois tem um pequeno parque com brinquedos.
Localização: Excelente Serviço: Mau Instalações: Bom Relação Qualidade/Preço: Bom Mais informações:http://www.noobaicafe.com/
Uma coisa tremendamente alfacinha — ou uma alfacice bastante coisa — é a eterna discussão do "best of" alimentar, especialmente dos acepipes: qual o melhor rissol, onde o mais perfeito croissant, ou o mais redondo queque (como dizia aquela jovem turista alemã): "Em Lissabon experrimentei os melhores quecas".
Certamente que é uma boa pauta para um blog gourmet, e que promete inflamar colaboradores, leitores e apreciadores alike.
Pois bem, propomo-nos começar esta momentosa actividade crítica com um dos acepipes mais consumidos e, geralmente, de pior qualidade: o CROQUETE. Geralmente, isto é, na maioria das pastelarias e estabelecimentos similares, é uma massa cilíndrica que poderia ser usada no Iraque como bucha nos canhões de 120mm dos Abrams — mas nós não apoiamos a guerra do Iraque, portanto temos de os engolir nós mesmos, azarito.
Durante anos julgava que o melhor croquete era o do Gambrinus; estaladiço por fora, macio por dentro, bem temperado, recém-frito, caríssimo, impecável. Em segundo lugar, mas ainda na liga premium, o da Versailles, próprio para levar para casa ou degustar ao balcão, sem as cerimónias inevitáveis do feito na hora do Gambrinus.
Mas há algum tempo, por um mero acaso, descobri o croquete do Pap'Açorda. Não vem na ementa, mas pode ser pedido ao balcão enquanto se espera que o Zé Miranda se comova a despejar alguma mesa para nós (com reserva feita; ir lá sem reserva é sujeitarmo-nos às piores sevícias). Presumo que também possa ser pedido no dito balcão sem se ter reserva para jantar, mas nunca ousei.
Ora bem, é um croquete indescritível, portanto não procurei adjectivos. Só provado. Perguntei timidamente ao Zé qual era o segredo, só para ser simpático — imaginem se aquele tipo revela algum segredo! Mas, milagre, ele revelou: "o segredo está no bechamel". Ora eu, que nem sabia que os croquetes levam bechamel, reduzi-me à minha insignificância — e aumentei-me em meio quilo daquelas delícias. Experimentem, mas não digam que fui eu...